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Seu chefe joga tênis ou frescobol com você?

Descubra a diferença entre líderes que competem e aqueles que colaboram, ajudando suas equipes a crescer e alcançar o sucesso juntos

Ao longo da minha jornada profissional de 25 anos tive muitos chefes, pessoas de personalidades bem diferentes. Tive gestores fantásticos e outros frustrantes. Há muitas características para definir se um gestor é um ótimo líder e outro tanto de características para definir um gestor mediano ou ruim.

No entanto, olhando para trás e ao redor, consigo separar os gestores em dois grupos. Parafraseando Rubem Alves, ao falar sobre casamentos, vejo chefes que jogam tênis com seus liderados e aqueles que optam por jogar frescobol. (ALVES, Rubem. Tênis x frescobol. In O Retorno e o terno. 27a. Ed.  Campinas:  2008. p.51.)

Tênis é um esporte que gosto de assistir e admiro muito, porém é jogado contra adversários. Para vencer nesse esporte você necessariamente tem que pontuar contra o seu competidor. Você deve forçar as jogadas, dificultar a bola, jogar no erro do seu oponente. Da mesma forma, você não vai receber bolas fáceis para cortar de volta, para acertar. Acertar é mais difícil. Você não tem um parceiro do outro lado da rede.

Por outro lado, temos o frescobol, um esporte de parceria. O objetivo do jogo é manter a bola no alto. Os dois jogadores não são oponentes, são parceiros. Um levanta a bola para o outro na mão boa. Eu quero que você acerte. Eu quero que você acerte sempre. Quanto mais tempo tivermos a bola no ar quicando de um lado para o outro, mais celebramos.

No humor, podemos fazer um outro paralelo com o papel do "escadinha". O escada é o personagem que prepara a cena para o palhaço ou comediante fazer a piada. Nos Trapalhões, Dedé Santana se auto declara o escada e Didi é quem sempre fechava as piadas. Sem o trabalho do escada, a piada não conclui. Podemos notar isso na maioria dos programas humorísticos: em Chaves, o Sr. Madruga fazia muito esse papel; em Pica-pau, tanto ele quanto Zeca Urubu se revezavam como escadas; Friends, Tom & Jerry…

Nesse jogo do humor, um levanta a bola para o outro. A ideia não é desmascarar o outro, quebrando a surpresa, mas sim dar corda à brincadeira para que todos ganhem.

Dito isso, quantos chefes você já teve que prepararam o terreno para você brilhar? Quantos lhe serviram como escadinha, dando corda para que todos riam no final?  E, do outro lado da moeda, quantos queriam competir com você ou simplesmente lhe testar, colocando você na fogueira?

Eu tive muitos chefes escadinhas, gestores que preparavam todo o cenário para seus times brilharem. Aquele gestor disposto a ensinar, a fazer as perguntas certas e apropriadas, a entregar oportunidades de um projeto legal, de entregar novos desafios buscando o desenvolvimento e principalmente: dar feedbacks oportunos sem procrastinar, com o intuito de fazer você crescer.

Do outro lado, já tive gestores com ações e objetivos improdutivos, que não entregavam nenhum valor para a empresa. Gestores que faziam perguntas diante de um grupo de pessoas, apenas para testar um ou outro indivíduo, ou para mostrar que sabiam mais que os outros; gestores que traziam surpresas, pegadinhas ou que nunca assumiam responsabilidades sobre os resultados negativos de seus times. Essas são pessoas que competem contra o próprio time. Tênis a gente joga contra a concorrência.

Esses gestores geram intimidação, humilhação, isolamento, rejeição ou sentimento de inutilidade nas pessoas. Sentimentos que geram estresse, ansiedade e enfermidades emocionais que estamos sempre evitando. Ninguém merece sofrer isso.

Vejam que no Brasil a situação não é nada boa. Segundo a OMS, num estudo de 2017, o Brasil é o país com maior índice de ansiedade no mundo, com 9,3% da população sofrendo desse transtorno. Parte disso é por conta de gestores despreparados. (Disponível em https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/254610/WHO-MSD-MER-2017.2-eng.pdf, acessado em 08/10/2021.)

No livro Líderes Se Servem Por Último, de Simon Sinek, ele menciona que: "é esperado dos líderes dos fuzileiros navais nos Estados Unidos que eles comam por último. Isso porque o verdadeiro valor da liderança está em colocar os interesses dos seus liderados acima dos deles... Em resumo, competência profissional não é suficiente para ser um bom líder, bons líderes devem se importar genuinamente e cuidar daqueles destinados aos seus cuidados." (SINEK, Simon. Leaders Eat Last: why some teams pull together and others don't, Penguin Books Limited: 2014. pgs. xii; 26.)

O sucesso de um líder depende principalmente das pessoas lideradas por ele, em seu time.

O líder deve dar espaço para seu time crescer. Se seu time não cresce, você não cresce. Na verdade, todas as pessoas, sendo gestores ou não, deveriam ser doadoras e se preocupar em fazer seus times, parceiros e colegas de trabalho subirem a novos patamares.

Também acredito que a principal forma de alguém se desenvolver profissionalmente é absorvendo as responsabilidades de seus líderes. Quanto mais você absorve responsabilidades maiores, mais perto você fica dos níveis dos seus líderes. Contudo, para isso é importante que seus líderes lhe deem esse espaço e direcionamento para crescer.

Você já tem um líder escadinha? Alguém que joga frescobol contigo e deixa você se servir primeiro? Se não, está na hora de você procurar um.

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